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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sustentabilidade sob a ótica Espírita

O Programa Encontro Fraterno - Federação Espírita de Goiás - entrevista o jornalista André Trigueiro ( estudioso da sustentabilidade e espírita a 23 anos) que fala sobre Ecologia e Espiritismo
Ecologia e Paz na perspectiva Espírita
Lei da Conservação de Kardek, um tratado de sustentabilidade
O mundo de regeração, a partir de nós, espíritos encarnados, no cuidado com o mundo material
Vida, missão, caráter requer combate ao ecocídio 
Mudança cultural está em curso, mas virá a tempo? Queremos consumir menos? Queremos fazer diferente?
Xico Xavier - 1970 - o mundo de regeneração está a caminho. A transição demanda cuidado para preparar-se para a mudança vibratória, requer trabalho.
Consumista = predador - uma encarnação na contramão do equílibrio e da harmonia - o desperdício é anti-ético, não é preciso voto de pobreza, mas é necessário o voto de preservação.
Consumismo é armadilha espiritual, reforça o apego a matéria sem necessidade.

Assista a entrevista aquihttp://vimeo.com/45128363

Livro lançado em 2009 - Relação dos capítulos:
•O Espiritismo em frases de efeito
•Sinais de alerta
•Espiritismo e Ecologia
•No fervilhar do século XIX
•Kardec e Haeckel
•A ciência espírita
•A ciência ecológica
•Construindo pontes de afinidade
•O planeta está dentro de nós
•Em busca da sustentabilidade
•Senso de urgência
•Lei de Destruição
•Poluição e Psicosfera
•Consumo consciente
•Mídia, Criança e futuro
•O consumo segundo o Espiritismo
•Sustentabilidade como valor espiritual
•Um planeta vivo?
•Uma nova chance para o amor universal
•Enquanto isso, nos centros espíritas
•Um pequeno dicionário ambiental

http://ecopedagogiars.blogspot.com.br/

sábado, 7 de julho de 2012

Entendendo a Umbanda : Oferendas na natureza


Neste capítulo vemos Sofia, uma sacerdotisa que prazerosamente divide seus conhecimentos, ministrando uma aula sobre oferendas.

- Hoje vamos falar de um assunto importante: as oferendas na natureza – disse Sofia aos membros do terreiro. Nós, umbandistas fazemos as oferendas em sinal de respeito, devoção e também como agradecimento aos Orixás. Respeitamos a força e energia emanada pelos Orixás. Nossa devoção demonstra a nossa fé e amor. Agradecemos pelo poder que nos revitaliza e revigora, nos unindo diretamente ao criador.

Ao irmos ao local sagrado dos Orixás - matas, cachoeiras, pedreiras, praias, lagos, lagoas, mares, campos floridos, entre tantos outros - caminhamos ao encontro das energias puras divinas que, aliadas à nossa fé, nos ligam ao poder do Orixá. 

A oferenda que entregamos pode conter frutas, flores, bebidas e ervas, que serão imantados por nosso axé e oferecido em seguida. Esse nosso axé depositado nessa oferenda é usado pelos espíritos responsáveis pelo local sagrado em nosso benefício e às pessoas necessitadas.
Só que há um ponto que causa controvérsias entre sacerdotes e pensadores da Umbanda: deixar ou não deixar a oferenda no local sagrado?
Em minha opinião, como sacerdotisa que visa à proteção ambiental, é a de que não devemos deixar nada na natureza, e explico por que.
A parte óbvia é a de que, o que levamos e deixamos na natureza vira material em decomposição e lixo. Toda comida contida na oferenda assim como flores, folhas, bebidas e até mesmo materiais naturais como barro ou madeira, entrarão em decomposição com o passar do tempo, atraindo animais e aves que, muitas vezes, não fazem parte do habitat, o que desestabiliza a cadeia alimentar. Materiais como vidros, plásticos, metais, parafina, entre outros, levam dezenas ou centenas de anos para se decompor, logo, de imediato, é lixo.

Há também a parte que muitas vezes é ignorada por muitos seguidores da Umbanda, que é o fundamento da oferenda, e é nesse ponto que existe a controvérsia.
Suponhamos que vamos fazer uma oferenda na mata. Preparamos todos os materiais, colocamos tudo em seus devidos lugares, acendemos as velas, rezamos, depositamos nossa fé, fazemos o agradecimento, seguimos à risca todo o ritual que aprendemos. Nosso axé foi depositado na oferenda desde o momento que adquirimos os materiais até onde rezamos e agradecemos ao Orixá homenageado. A magia do fogo contida na vela foi devidamente orientada com nossa oração. A disposição dos materiais da oferenda abriu um portal de ligação entre nós e as energias contidas no planeta e no espaço. A energia contida na bebida, na comida, nas folhas e flores, também foi orientada de acordo com nossa oração. Outras formas de estímulo magístico também são ativadas se forem devidamente feitas, como riscar ponto com pemba ou cantar um ponto do orixá.

Esse processo todo de fazer uma oferenda para um Orixá pode levar vários minutos e em alguns casos, horas. Arriar uma oferenda numa encruzilhada urbanizada, e sair o mais depressa possível dali é uma coisa feita por aquele que não faz a menor idéia do que está fazendo, não deposita e não recebe nenhum axé e erra, inclusive, ao acreditar que está oferendando a Exú, mas na verdade está fazendo uma oferenda a qualquer espírito que estiver ali, desejoso de suprir suas necessidades de vícios.

Analisando calmamente o ato de ofertar, todo o axé emitido por nós e o axé recebido dos Orixás, é algo que dura poucos segundos, no máximo um ou dois minutos - que sabemos que estamos emitindo e recebendo axé por causa da vibração do nosso corpo. A vela que acendemos normalmente dura quatro horas para queimar e, segundo alguns magos, ela deve ser queimada até o fim. Concordo, mas também acho que podemos levar uma vela que dure menos, talvez uma hora, que é o tempo que dá para esperar a queima total, enquanto refletimos e rezamos por aquilo que fomos buscar com a oferenda.

Note que dá para fazer uma oferenda no local sagrado do Orixá, sem pressa, com muita fé, muito axé e sem depredar o meio ambiente. O que realmente manda na oferenda é a nossa fé, pois sem ela, estaríamos desperdiçando tempo e dinheiro. Além de não contribuirmos com a degradação ambiental, ainda reconquistamos o respeito da comunidade em relação à religião que respeita e protege a natureza.

Certa vez me perguntaram o que fazer com o material contido na oferenda, já que não será mais usado como lixo ambiental. Ora, uma vez que foi devidamente utilizado como meio de transporte de axé, a comida pode e deve ser consumida, a bebida tomada e materiais não consumíveis, reutilizados. E sabem por que podemos fazer isso? Porque a oferenda de um umbandista só contém coisas boas, boas vibrações, boas intenções, o desejo de fazer o bem, e isso tudo só atrai energia boa para a comida e bebida da oferenda.
Isso é Umbanda: o respeito ao ser humano, o respeito aos animais, o respeito à natureza, e por isso, a religião com fundamentos que funcionam. 

Texto produzido por: Newton Marcellino

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O Paraíso e a consciência ecológica


 A harmonia entre o ser humano e natureza.


O Gênesis nos conta que Deus plantou um jardim no Éden, e o deu ao homem para que habitasse e preservasse.  Deus fez dessa terra, um paraíso, ou seja, tudo que o homem necessitasse ela lhe daria; árvores, frutas, água em abundância, metais e pedras preciosas, animais etc.
Deus, através da sua sabedoria, deu ao homem a posse sobre todo o jardim e o que nele se encontrava, e disse: “para a alimentação eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento” (Gn 1,29).
Observando essas palavras encontramos uma peculiaridade na permissão do consumo destes vegetais.  Deus diz: “toda erva e fruto que der semente”, ou seja, que possa ser plantado.  Podemos construir, a partir desta particularidade, uma reflexão expondo a preocupação de Deus em nos avisar que devemos utilizar esses meios naturais desde que seja possível sua reprodução.  A idéia de não se utilizar(-se) do que é esgotável ou não utilizar algo de forma que se possa esgotá-lo. Deus nos ensina a extrairmos da terra nosso sustento com responsabilidade, com sentido de  preservação.
Olhando atentamente podemos, também, entender que Deus nos deu vegetais e frutos que deem sementes a fim de que tenhamos o direito ao cultivo, ou seja, temos o direito à “semente”.  Hoje, a tecnologia, com seus transgênicos, elimina as sementes das frutas e verduras e gera alimentos híbridos. Podemos, neste contexto, compreender os alimentos transgênicos como uma transgressão à criação divina, um exemplo da autossuficiência do homem em contraposição à sabedoria de Deus na criação.
A água é, também, um grande sinal desse senso de preservação, pois tendo o povo judeu vivido grande parte da sua trajetória no deserto, trata-a, desde o início, como uma das maiores bênçãos de Deus. A segunda narrativa do Gênesis, possivelmente escrita durante o reinado de Salomão, compreende a água como fonte da vida; por esse motivo, o povo judeu via a terra seca como ausência de vida. 
Esta narrativa nos remete aos dias de hoje, pois um dos grandes problemas que atravessamos neste milênio, em função da falta de preservação dos recursos naturais, é a possível falta de água doce no planeta.  Observando o ciclo da história, veremos que, no início dos tempos, eram travadas longas batalhas pela conquista de terras férteis (água em abundância); hoje, estamos caminhamos para essa mesma jornada.  Atualmente a grande guerra é pelo petróleo, mas já aparecem indícios fortes e latentes do novo grande motivo de confronto para o futuro: a água doce.
“Então Deus modelou o homem com a argila do solo e soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente” (Gn 2, 7). Deus fez brotar do solo toda as espécies de árvore formosa de ver e boa de comer (Gn 2, 9). Então Deus formou do solo todas as feras e todas a aves do céu (Gn 2, 19). E Deus disse: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, para vosso alimento; e a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento. (Cf. Gn 1, 29 – 30).
Observando o parágrafo acima, que traz fragmentos do texto da criação, podemos notar nossa semelhança com os animais e os vegetais.  Ambos fomos feitos a partir da terra; e recebemos, também, assim como eles, o sopro da vida; pois a palavra nos fala que, também, os animais receberam o sopro da vida (Cf. Gn 1, 30).  Não se encontram neste grupo, dos seres de alma vivente, as plantas, pois em função do não conhecimento científico da época, as mesmas eram vistas como inanimadas.  Exemplo que se faz claro na divisão dos dois blocos da criação, onde os vegetais estão junto dos corpos brutos, enquanto os animais estão no outro bloco da criação, junto dos seres de alma vivente. Sendo assim, Deus deu aos “seres vivos” os vegetais para que se alimentassem, seguindo é claro, todas as instruções de preservação, por Ele, descritas.
Compreendemos então, que, perante a vida, somos todos irmãos, homens, animais e vegetais.  A nossa criação nos remete a uma semelhança física, não à imagem de Deus, mas à imagem da terra, do solo.  Assim, também, como há em nós uma alma vivente, há, também, nos animais (Cf. Gn 1, 30). Destarte, nossa imagem e semelhança com Deus se deem no único fator que nos diferencia dos animais e vegetais: na razão.  Somos seres racionais.  Por isso o mundo foi submetido a nós (no sentido de cuidar).  Sendo assim, negar a razão é uma transgressão; é recusar a glória de Deus em nossas vidas; repudiar o que de forma diferenciada, nos deu, Deus na criação: sua imagem e semelhança.
Somos seres racionais e isso nos torna semelhantes a Deus, contudo, somos seres feitos a partir do pó, ou seja, semelhantes, também, à terra. Assim, temos nossa origem, nossa gênese: o Deus Pai e a Mãe Terra. Essa leitura nos leva a compreender que, na criação, nos são apresentados, não, apenas, os seres humanos como irmãos, mas, também, toda a natureza.  Esta é a grande hora e se faz necessário, mais do que nunca, estreitarmos nossa relação com nossa “irmã”, obedecendo ao chamado de Deus em Gênesis capítulo 2, versículo 15 que nos diz para zelarmos por ela.  A natureza é a nossa fonte vida de vida; destruí-la é optar pela morte; é transgredir.
Por esse motivo a ideia do paraíso, não apenas contribui, mas doutrina, educa e transforma a nossa relação com o meio ambiente, trazendo uma consciência ecológica que foge ao antropomorfismo;  uma ideia que nos faz acreditar que o Gênesis é um chamado para a vida, e que esta, não se dá fora da nossa relação fraterna e de harmonia com a natureza. 

Por Daniel G. Ribeiro

MEIO AMBIENTE E RELIGIÃO

O que as religiões têm realizado para a conscientização em prol da educação ambiental?

A religiosidade do individuo em si pressupõe que ele enquanto religioso manifesta em si a criação divina da natureza no seu meio social?



São perguntas como estás que estaremos abordando no blog, vamos compreender como a religião está implícita nas relações com o meio ambiente. O que sua religião tem feito para melhorar e conscientizar os adeptos em relação ao meio ambiente?
Participe!
Aguardem, em breve com muitas novidades!
Adriana Quadros