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quarta-feira, 20 de março de 2019



A árvore da vida
O objetivo deste blog é tão somente nos despertar em relação aos nossos atos perante a natureza, pois como religiosos somos parte dessa natureza e também reverenciamos pelo fato de nos alimentarmos dela.
Não pretendemos de forma alguma ensinar nada a ninguém, e sim despertá-los quanto à necessidade de atos consistentes, equilibrados e éticos em relação ao meio ambiente e a nossa religiosidade.
Hoje especificamente vamos abordar a respeito de uma árvore em especial e mais que centenária que encanta moradores e frequentadores da praia do Gragoatá na cidade de Niterói.
A árvore é uma falsa seringueira e ela foi tombada pela Câmara Municipal de Niterói tornando a árvore da espécie “Fícus Elástica Decore” um patrimônio cultural ecológico de interesse público e integrando o patrimônio paisagístico de Niterói para fins de Proteção Ambiental e preservação da memória e identidade urbana.
Essa árvore é lindíssima e trinta pessoas não são suficientes para abraça-la devido a sua dimensão enorme. É notório que precisamos preservar esse patrimônio cultural ecológico, sendo que diariamente pessoas vão até este local colocar suas oferendas e enchem de elementos de todo tipo fazendo do local um ambiente desarmonizado e sujo.
Devido à grande quantidade de elementos ali deixados o local fica lotado de ratos, tornado o ambiente não muito desejado e até passível de doença e entre outras coisas que acarretam tal atitude.
Atitude essas que são estranhas e que não condizem com o que se preza religiosamente, tendo em vista, ser a religião que se favorece da natureza. Orixá é natureza!
Você pode sim ir até essa árvore e fazer seus rituais, colocar oferenda e se favorecer da sua magnitude, o que não pode e não deve é deixar para traz tudo que levou, pois depois do ritual findado a sua oferenda vira lixo e é para lá que deve ser seu destino.
Sejamos guardiões da terra e desta natureza gloriosa que nos cerca, somos responsáveis por ela e também somos filhos do Criador.
“Nós, seres humanos, não somos meros beneficiários das demais criaturas, mas sim guardiões delas” (Papa Francisco).
“Nosso propósito é a preservação do grande útero de gaia, ou seja, o planeta terra” (Graça Azevedo – sacerdotisa).
Portanto, cuidar e preservar o meio ambiente é ser ético e ter responsabilidade religiosa. Que essa árvore como tantas outras do planeta terra possam ser respeitadas como parte de nós seres humanos envolvidos na complexidade e diversidade religiosa.
Que possamos ser comprometidos com a ética religiosa no cuidado, no amor e no despertar.
Ubuntu, axé!
Adriana Quadros

Fonte: (Disponível em http://www.ofluminense.com.br/pt-br/cidades/%C3%A1rvore-no-gragoat%C3%A1-vira-patrim%C3%B4nio-paisag%C3%ADstico. Acesso em 20/03/2019).




terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Umbanda consciente – uso de velas nas oferendas na natureza



Encontramos-nos no século 21 e ao longo dos anos muitas transformações aconteceram no mundo inteiro, e entendemos que essas transformações também se seguem no campo religioso e nos seus seguidores.
Devemos ter uma consciência mais ampliada quando falamos e praticamos oferendas no campo sagrado, ou seja, no altar Divino e natural de Pai Olorum.
O que é uma consciência ampliada? Podemos destacar alguns pontos em relação as oferendas e o meio ambiente, são estes.
ü  Respeito e reverência ao campo sagrado e natural.
ü  Tudo o que for oferendado ser retirado no final do seu ritual.
ü  Cuidado onde coloca as velas, ou seja, longe de folhas e árvores.
ü  Elementos mais naturais possíveis.
Esses são alguns pontos que podemos utilizar para obter uma consciência ambiental em relação ao que se faz na natureza. Somos seres em evolução e devemos buscar essa evolução consciencial e ambiental!
No que tange as velas elas são de extrema importância no ritual de Umbanda, tem o fator ígneo correspondendo a Magia Divina das Sete Chamas Sagradas.
E segundo Pai Rubens Saraceni (2009, p. 49) em relação à energia ígnea ele destaca que “[...] estão em toda criação porque são manifestações do Divino Criador Olorum e, em cada um dos sete planos da vida, a energia viva e divina ígnea está ativa em uma vibração diferente”.
O fogo e o calor estão ligados ao fator ígneo tem por função dinamizar os seres os estimulando por meio de correntes energéticas. E esses fatores correspondem ao uso de vela na oferenda. O uso da vela é justificável já o seu mau uso não.
Vou relatar uma situação que presenciei e me senti muito envergonhada em relação a minha religião. Em uma praça na cidade de Niterói uma pessoa colocou um despacho ou oferenda não sei bem o definia tal ato. E nessa praça tem uma árvore que ela é oca, no seu tronco forma um tipo de casinha, covinha ou caverninha.
Como a praça é próximo à baia de Guanabara às vezes venta bastante eu penso que provavelmente essa pessoa não conseguindo manter as velas acessas achou por bem colocar dentro da casinha natural da árvore.
Gente! A pessoa colocou um pacote de vela dentro da árvore, pasmem!
Sabe qual foi o resultado? Os moradores acionaram o Corpo de Bombeiros.
Sabem quais foram os comentários na praça? Esses macumbeiros vivem fazendo besteira aqui, entre outros né. 
A árvore ficou muito danificada, porém resiste até hoje por graça de Pai Oxossi. Se você cultua uma Divindade Sagrada que corresponde a determinados campos sagrados da natureza, se você esta indo no seu campo natural realizar um ato de entrega e devoção.
Qual o sentido de destruir?
Qual o sentido de sujar?
Qual o sentido de não respeitá-lo?
Portanto, meus irmãos que possamos nos unir em evolução conscientizando os irmãos de egrégora para que o respeito com os altares divinos e naturais de Pai Olorum sejam efetivamente respeitados e reverenciados por todos nós.

Consciência ambiental umbandista
Ubuntu, axé!
Adriana Quadros
Saraceni, Rubens. Rituais umbandistas: oferendas, firmezas e assentamentos. São Paulo: Madras, 2009.